Fugimos de situações...

Senti cheiro de algo queimando e, por isso, corri para a cozinha. Não havia nada no fogão ou no forno. Fui farejando pela casa toda, de aposento em aposento, até o andar de baixo. Meu nariz levou-me ao meu escritório e, então, à escrivaninha. Olhei debaixo dela e ali, observando-me com grandes olhos pedindo ajuda, estava Maggie, nossa cadela.

O cheiro que parecia de queimado no andar de cima tinha, agora, o distinto odor de gambá. Maggie fora até o canto mais afastado de nossa casa para fugir do mau cheiro, mas não podia fugir de si mesma.

O dilema de Maggie me fez recordar as muitas vezes em que tentei fugir de circunstâncias desagradáveis e descobrir que o problema não estava na situação em que me encontrava, mas em mim mesma.

Você já amou alguém e com o passar do tempo perdeu seu brilho? Você já parou para pensar com que facilidade temos deixado de admirar pessoas e lugares que, um dia, nos maravilharam?