Mais forte em meus joelhos...
Depois de colocar os cinco filhos e todos os nossos pertences na carroça, meu pai ajudou minha mãe a subir no carabao (búfalo d’água) e nos levou de volta para seu compromisso da igreja, cerca de cinco quilômetros, do outro lado do rio.
Estava chovendo muito, e a trilha era barrenta, em alguns lugares chegando até os joelhos. Meu pai cutucou seu carabao para fosse mais rápido, porque tínhamos de atravessar o rio antes de ele tornar-se intransitável. Era difícil seguir pela trilha íngreme e escorregadia à margem do rio. De repente, meu irmão mais novo gritou: Pai, olha! O carabao está se ajoelhando. Ele já não consegue mais nos puxar! Papai olhou para nós na carroça. Não se preocupe, filho, disse ele. O carabao fica mais forte quando se ajoelha.
Fiquei observando o carabao esforçar-se na trilha escorregadia, um passo de cada vez. Ele parava, ajoelhava-se, concentrava-se, levantava-se e lentamente puxava, até estarmos acima do topo. A foça do carabao vinha do ajoelhar-se, exatamente como papai havia dito. Cada vez que ele se ajoelhava, puxava-nos mais longe e mais rápido.
Isso foi há muitos anos. Muitas vezes, penso no carabao quando passo por momentos difíceis em minha vida pessoal. Descobri que também eu ganho uma força extraordinária quando me ajoelho em oração.