I Parte: O que é mais importante, ser inteligente ou ser esforçado?
Um estudo realizado em 12 escolas envolveu mais de 400 estudantes do quinto ano. Um a um, os alunos eram retirados da aula e submetidos a um teste relativamente fácil, constituído por quebra-cabeças. Depois que a criança terminava o teste, os pesquisadores diziam sua nota e falavam uma única frase de elogio. Metade dos alunos foi elogiada pela inteligência. "Você deve ser bom nisso", dizia o pesquisador. Os outros eram elogiados pelo esforço: "Você deve ter se esforçado muito.".
Em seguida, os estudantes podiam escolher entre dois testes diferentes. A primeira escolha foi descrita como um conjunto mais difícil de quebra-cabeças, mas disseram às crianças que aprenderiam muito com a tentativa. A outra opção era um teste fácil, parecido com o que tinham acabado de fazer.
Quando estava projetando o experimento, o professor esperava que as diferentes formas de elogio tivessem um efeito bastante modesto. Afinal de contas, era apenas uma frase. Entretanto, logo ficou claro que o tipo de elogio dado aos estudantes de quinta série influenciava dramaticamente a escolha dos testes. Do grupo de alunos elogiados pelo esforço, 90 por cento escolheu o conjunto mais difícil de quebra-cabeças. Contudo, a maioria dos alunos elogiados pela inteligência escolheu o teste mais fácil.
Os ingredientes para uma educação bem-sucedida é a capacidade de aprender a partir dos erros. Infelizmente, as crianças costumam ser ensinadas justamente ao contrário. Em vez de elogiar os alunos por se esforçarem bastante, os professores elogiam pela inteligência, pelo fato de serem espertos e isso não funciona, pois leva os alunos a verem erros como sinais de burrice e não como blocos a partir dos quais o conhecimento é construído.